Santos contrata Fernando Diniz e espera virar a página de más atuações e voltar a ser competitivo.
Na noite de quinta-feira, dia 6 de maio, antes da derrota do Santos para o Palmeiras fora de casa, o Alvinegro Praiano contratou o treinador Fernando Diniz, que estava sem contrato após deixar o São Paulo no fim de 2020. O anúncio oficial, através do Instagram oficial do clube, foi feito por volta das duas da tarde do dia 7 de maio.
O comandante de 41 anos tem passagens por Audax-SP, Athletico-PR, Fluminense e São Paulo, onde teve mais destaque e conseguiu levar o time até a semifinal da Copa do Brasil e ficou um grande período na ponta do campeonato brasileiro.
Agora iremos apresentar um pouco das ideias implementadas por Fernando Diniz no São Paulo e no Fluminense e, dessa forma, fazer uma análise de como ele pode armar o Santos, apresentando pontos positivos e negativos do elenco atual.
Fluminense 2019
O técnico chegou ao time das Laranjeiras, após desempenho fraco no Athletico-PR (21 jogos, cinco vitórias, sete empates e nove derrotas), para substituir Marcelo Oliveira, que não vinha fazendo um bom trabalho.
Por lá, Diniz tentou implementar suas principais ideias: passes curtos, movimentações o tempo todo, tomar conta do campo, décimo jogador — “goleiro também joga” — e, em consequência dessas ideias, chegar em condição de finalizar.
O principal esquema utilizado foi o 4-3-3, com quatro defensores, três meias (sendo um volante de marcação) e dois atacantes pelas laterais (pontas), e um centroavante. Às vezes variava a formação com três zagueiros.
OFENSIVO:
Os laterais, ofensivamente, funcionam como alas para garantir amplitude e alongamento do campo. Com a subida dos alas, os pontas ficam totalmente livres para se deslocarem pelas laterais ou pelo meio.
Outra técnica muito utilizada era o famoso “facão”: os pontas entrando em diagonal e auxiliando o centroavante.
Por fim, quando a bola estiver muito concentrada em uma só parte do campo, o time de Diniz vira o jogo para que não haja concentração de jogadores em um mesmo lado, pegando a defesa adversária desprevenida e desorganizada.
DEFENSIVO:
Defensivamente, o time do treinador mineiro, assim como ofensivamente, é bem intenso. Com marcação em linhas altas, pressão após a perda da bola e muita compactação, os comandados de Diniz evitam ao máximo oferecer contra-ataque aos adversários. Além disso, gosta de utilizar zagueiros rápidos e com boa saída de bola para que avancem e interceptem o passe.
São Paulo 2020
Com poucos recursos e com grande pressão por parte da torcida, Fernando Diniz foi mais uma aposta para o tricolor paulista. Comandou o time em 74 oportunidades, ganhou 34, empatou 20 e perdeu 20 partidas.
No clube da capital paulista continuou com a mesma linha de pensamento quanto às formações: variava muito entre 4-4-2, 4-2-3-1, 4-3-3 ou com três zagueiros.
Nesse sentido, Diniz tentava fazer com que os laterais aprofundassem, tendo a opção de levar a bola para o meio ou à linha de fundo para cruzar. Dessa forma, os volantes recuavam para recompor a marcação (isso acontecia principalmente com o volante Luan).
O São Paulo rondava a área do adversário com passes curtos e tentava avançar, ora com cruzamentos, ora com bolas infiltradas. Residia aí o maior problema: o time tinha muita dificuldade de entrar na área adversária, o que gerava muitos chutes com pouca efetividade.
Diniz foi demitido do São Paulo, porém teve bons resultados. Como o quarto lugar no campeonato brasileiro e a semifinal da Copa do Brasil.
Santos 2021
No Peixe, Diniz terá um difícil trabalho pela frente. O time tem que, no mínimo, empatar contra o São Bento no domingo para não ser rebaixado no Campeonato Paulista, e está correndo o risco de não se classificar para as oitavas da Libertadores. Entretanto, o comandante terá mais tempo para implementar sua filosofia de jogo para o elenco santista.
Agora vamos destacar os pontos positivos e negativos do atual plantel do Santos.
POSITIVOS:
Jogadores com bom passe:
O Santos tem jogadores com boa visão de jogo, principalmente no meio-campo; sabem trabalhar a bola com qualidade.
Zagueiros rápidos:
Luan Peres e Kaiky são dois ótimos zagueiros e já mostraram ser bastante competentes na marcação e na distribuição de bola. Além de serem jogadores velozes, o que agrada o técnico Fernando Diniz.
Acostumado com o estilo de pressão sobre o adversário:
O Santos adota, desde 2019, o estilo de pressão constante sobre o adversário com a intenção de recuperar a posse de bola e armar a jogada o mais rápido possível.
Laterais apoiam:
Filipe Jonathan e Pará são dois laterais que gostam de se apresentar no ataque, porém a qualidade dessas subidas é outra história…
Variedade no meio:
O Peixe possui bons e versáteis jogadores, principalmente no meio de campo, e todos desempenham mais de uma função nesse setor.
NEGATIVOS:
Saída de bola:
Ficou comprovado com o ex-técnico Ariel Holán que o Santos tem muita dificuldade de fazer essa saída pelo meio. Alison é um grande marcador, porém não é a melhor opção para fazer essa ligação. Sandry talvez fosse o ideal, mas está machucado e não sabemos quando voltará.
As laterais:
Os laterais titulares serão os maiores problemas para o estilo Diniz, com atuações abaixo da média e muito criticados pela torcida. Pará e Filipe Jonathan podem não se adaptar ao esquema do treinador. Com o “transfer ban” caindo, uma opção na lateral esquerda seria bem-vinda, segundo a torcida.
Movimentação:
O time do Peixe respeita muito suas posições e dificilmente faz trocas no meio da partida; acredito que será uma das maiores dificuldades do time.
Meio-campo ( a ser definido):
O elenco está recheado de bons jogadores nesse setor, porém a falta de constância por parte de alguns atrapalha o rendimento do todo.
Recomposição:
Assim como foi visto no jogo contra o Boca Juniors na segunda partida da fase de grupos, o elenco do Santos não tem boa recomposição defensiva e precisa melhorar. Caso contrário, o sistema de Diniz pode ser colocado em risco.
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